segunda-feira, 13 de abril de 2009

Jude [2]


- Como estás 'decrépita', - comentou o Marvin logo cedo- parece que nem acordou ainda.
A florisbela as vezes custa a 'pegar'. Isso sempre me emputeceu, continua emputecendo e vai emputecer sempre. Principalmente quando chove.
Acordei com o barulho da chuva e o cheiro forte de café. Lenta, desatenta e com 'vontade' de escrever. Meus dedos chegavam a 'bruxulear'.
Duarante a aula de cálculo II minha atenção se prendia no movimento da chuva lá fora e as gotas que perdiam suas formas na janela de vidro ao meu lado. O céu estava azul-acinzentado-fosco. 'Bonito'. Enquanto o professor explicava teoremas de confronto e anulamento. E minha atenção insistia em se voltar para a chuva. Até encontrar um livro de literatura enfanto juvenil, desses de oitenta páginas que a gente lê em uma hora. -Me empresta, pedi a moça de óculos de armação vermelha da carteira da frente. E asism foi-se a manhã. E a cara espantada e o olhar inquisidor da moça quando devolvi o livro. - Já?-
'Ana e Pedro cartas'. Havia um tempão que não lia esse tipo de livro. O último foi 'manhas comuns' quando tinha uns quinze/desesseis anos. Fez lembrar de mim em uma adolescencia remota. Bem mais Pedro que Ana. Acho que tenho envelhecido depressa. Marvin me chama de paranóica por isso, mas eu sinto mesmo que envelheço alguns anos a mais a cada semestre. A responsabilidade bate feito uma tempestade, dessas que não tem por aqui, tipo as de Bahamas. Talvez por isso eu tenha tanta pressa. Tanta coisa ainda para viver. Tantos lugares. Desde as cidadezinhas históricas de Minas a 'gigante' London, tão perto e distantes dos sonhos. Talvez não haja mesmo meio das coisas seguirem junto com o homem.
Adoro 'cartas'. Postais, telegramas, cartões de natal, bilhetes, postit, dicionários de inglês e marcadores de página. Deve ser legal por demais trocar cartas com amigos. E fazer amigos por carta. Depois que inventaram a correspondencia eletrônica e o orkut tudo ficou tão mecânico. Sinto saudades do moço de 'amarelo' que trazia a correspondência na bicicleta, virando a esquina, trazendo consigo uma espectativa boa por aquelas palavras que viajavam milhares de quilômetros, de ver as letrinhas no papel e imaginar o movimento das mãos rabiscando cada letra. Hoje só chegam contas, talão de cheques, fatura de cartão.
Minha mãe ontem veio com uma conversa estranha sobre mudanças. Não entendi muito bem, a velha não tem muito talento com as palavras, mas me fez lembrar aquela vez que veio me dar a noticia do colégio enterno, quando eu tinha oito anos e não sabia nada da vida. E talvez ainda não saiba. Com o Pedro também foi assim. Dei uma carona a um dos meus alunos da nova turma de inglês. Um garotinho loiro de bochechas rosas que me perguntou se eu tinha mãe. O olhar triste e bom dele me deixou meio 'boba'.
Deve ser efeito do livro. Por falar nisso comecei a ler Kim Eduards, 'O guardião de memórias'. Até que é interessante. Estou a procura de 'Judas, o obscuro'. O preferido do pai da Ana. A ana que divide comigo a mesma opinião sobre casamentos e as mesmas preocupações sobre os tempos de 'aids', mudanças climáticas, feriados múltiplos, presidente da república...

"Mude.
Tudo o que você é,
E tudo o que você foi.
Você tem que ser melhor,
Você tem que mudar o mundo.
E usar essa chance para ser ouvido.
Sua hora é agora."
[Butterflies and hurricanes - Muse]

11 comentários:

Josy Poulain disse...

Pra quem quiser me mandar cartas:
Rua 32, 97 quati II 56314-190
Petrolina-PE

rs

A esperar...

Anônimo disse...

Adooooooro chuva! Acabei de escrever sobre chuva no meu blog...rs. E também adoro cartas. Bem assim mesmo como vc falou. Cartas trazem consigo histórias, tanto de quem as enviou como de por onde passaram até chegarem às nossas mãos. Cartas são tesouros. Guardo as minhas que já recebi. Vou te escrever, posso? =P
E sobre a páscoa, ainda tenho um ovo inteiro fechado e meio aberto... kkkkkkk.
Beijão!

Germano Viana Xavier disse...

Bom saber mais um pouquinho de tuas histórias e estórias, Josy. Também sinto que um pouco de nostalgia não faz mal a ninguém. Há certas coisas de um passado, recente ou não, que fazem muita falta.

Continuo aqui.
Um carinho.

Boa segunda.

Germano Viana Xavier disse...

Passando e relembrando...

Outro carinho,Josy.
Continuemos...

Alice disse...

Obrigada pela visita em meu blog e pela mensagem. Com certeza, por aqui tb é bem agradável. Um abraço com carinho,
Alice

Germano Viana Xavier disse...

De novo passando, Josy.
Agora deixo um abraço forte.

Continuemos...

Germano Viana Xavier disse...

De novo passando, Josy.
Agora deixo um abraço forte.

Continuemos...

Anônimo disse...

Passando pra desejar um bom fim de semana. E a carta... há de chegar! ;)
Beijos!

Elcio Tuiribepi disse...

Oi Josy, valeu a visita. Sobre seu texto, concordo, tem coisas que não deveriamos deixar de receber. Carta é uma delas. Meu pai começou sua vida profissional nos Correios entregando telegramas e sempre contava boas estórias desses tempos. Muitas delas tristes, outras alegres, porque muitas das vezes tinha que ler a mensagem para a pessoa que não sabia ler. Complicado ter que repassar uma notícia ruim, as boas eram fáceis, dizia ele. Embora a emoção fosse igual, no sentido de compartilhá-la com a pessoa. Parabéns pelo blog...um abraço na alma...apareça sempre que quiser ok...me alonguei...rsrs

Germano Viana Xavier disse...

Vai ter a parte 3?

Um carinho, Josy.
Continuemos...

A Paz que quero ter! disse...

Olá Josy!!
Fiquei muito feliz com sua visita.
Como achou meu blog???
Gostei dos seus textos e principalmente quando conta que tem saudades da época que trocávamos cartas com amigos queridos e familiares.
Apareça sempre! Será um prazer encontrá-la. Lembranças a Pernambuco. Estive em recife e adorei o povo e os músicos e as praias.
bjss
Aline